17/04/2013

Pena Capital - Robert Wilson OPINIÃO!!!!


Edição/reimpressão: 2012

Páginas: 480

Editor: Dom Quixote

ISBN: 9789722050517






Sinopse: 
Alyshia D’Cruz, filha do magnata indiano Francisco «Frank» D’Cruz, cresceu entre Londres e Mumbai, num meio privilegiado. Mas uma noite, depois de uma festa com muito álcool, Alyshia entra no táxi errado...
Charles Boxer, ex-militar e ex-polícia, encontrou a sua vocação na segurança privada. A sua especialidade: raptos e resgates. Mas é uma vida sem raízes, que não impressiona a filha adolescente, Amy, nem a mãe desta, a sargento-detetive Mercy Danquah.
Quando D’Cruz contrata Boxer para encontrar Alyshia, este percebe que o complicado império empresarial de Frank lhe valeu muitos inimigos. Apesar da imensa fortuna de D’Cruz, os raptores não querem dinheiro - preferem um jogo cruel e letal. Mas o governo do Reino Unido não quer que o seu novo grande investidor perca a filha no centro da capital. Agentes do MI6 na Índia seguem as pistas de Boxer e, quando o rasto se cruza com uma conspiração terrorista em Londres, depressa se torna aparente que não é apenas a vida de Alyshia que está em causa.
Para salvar Alyshia, Boxer tem de fintar fanáticos religiosos, mafiosos indianos e senhores do crime londrinos. Pena Capital é uma viagem arrepiante ao lado negro de pessoas e lugares que estão escondidos, à espera do momento certo para destruir uma vida.

A minha Opinião:
Esta é a história sobre um rapto. É um thriller e não um policial, mas mesmo assim com a mestria que a escrita de Robert Wilson aplica em todos os seus livros, “Pena Capital” consegue prender o leitor, é rico em temáticas, dá que pensar e vale a pena ler.

A acção desenrola-se em diferentes locais mas foca-se, sobretudo, em Londres quando, nas vésperas dos Jogos Olímpicos, a filha de um importante magnata é raptada.

Como se de um filme se tratasse, os leitores são convidados a assistir a diferentes planos da acção (ora estamos em Londres, com Alyshia D´Cruz, a filha do magnata que foi raptada e assistimos também ao modo como esta é mantida em cativeiro; ora acompanhamos as negociações levadas a cabo por outra personagem, Charles Boxer com o intuito de libertar Alyshia; ora acompanhamos toda a rede de crimonossos responsáveis pelo rapto e todos os actos que planeiam).

O livro é repleto de actividade frenética e de personagens (demasiadas, a meu ver, sendo fulcral um índice numismático, que infelizmente não existe) acompanhadas pelos seus retratos psicológicos. 

Pouco a pouco, tomamos conhecimento que todos esses intervenientes têm algo a esconder e que, apesar de tudo, sejam criminosos ou não, são humanos e, como tal, cometem erros que podem influenciar as suas vidas e as daqueles que as rodeiam.

À semelhança do que acontece no “Quarteto de Sevilha” ( “O cego de Sevilha”, “As mãos Desaparecidas”, “Assassinos Escondidos”, “A Ignorância do Sangue”), Robert Wilson acentua o carácter psicológico das personagens, apesar de serem géneros literários totalmente diferentes.

No meio da aventura, existe espaço ainda para o romance o que me cativa sempre.

De todas as personagens, destaco a de Charles Boxer, negociador responsável pelo rapto, que possui uma personalidade muito vincada, com um passado complicado e um presente igualmente controverso, sobretudo no que se refere à sua relação com a filha, Amy.

Aliás, pelo final em aberto, podemos inferir sobre a possibilidade de vir a existir uma série de livros com base nesta personagem, à semelhança do que Robert Wilson escreveu no “Quarteto de Sevilha”, com o Inspector Javier Fálcon.

Com esta leitura tive a oportunidade de aprender muito sobre as sociedades islâmicas, indianas, europeias; sobre a corrupção; sobre o terrorismo que, infelizmente, atinge actualmente o mundo.

O único inconveniente deste livro foram os nomes das personagens que me fizeram ler mais lentamente porque muitas vezes tive necessidade de ir atrás na leitura para perceber quem eram.

Robert Wilson cativa o leitor, caracteriza magistralmente as personagens e o enredo. Escolhe personagens complexas e actuais e, mais uma vez, sublinho que é um dos meus escritores favoritos da actualidade. 

O Autor:
Robert Wilson nasceu em 1957.
Doutorado pela Universidade de Oxford, trabalhou em navegação, publicidade e comércio em África, e viveu na Grécia e na África Ocidental. Divide o seu tempo entre Inglaterra (Oxford) e Portugal, sendo proprietário de uma pequena quinta no Alentejo.
É autor de dez romances de sucesso. Destacamos A Companhia de Estranhos (2009) e o quarteto de Sevilha: O Cego de Sevilha (2004); As Mãos Desaparecidas (2006); Assassinos Escondidos (2007); e A Ignorância do Sangue (2009) obras que revelaram e celebrizaram o inspector jefe Javier Falcón. Os dois primeiros livros desta série acabam de ser adaptados para televisão pela Sky Atlantic, estando prevista a sua emissão em finais de 2012.

A minha classificação: 6 – Muito Bom.

Período de Leitura: De 1 a 10 de Abril de 2013.



1 comentário:

Antonio Manuel disse...

Mais uma excelente crítica que me vai levar a ler esta obra de um autor já meu conhecido e de que gosto muito.
Os bons críticos literários devem ser os que nos despertam, cada vez mais, o gosto de ler, sempre com a capacidade de escolher BONS livros de diferentes géneros.

CONTINUA ESTEFÂNIA!!!!!

Os Autores nas estantes

Agatha Christie (7) Albert Camus (1) Alexandre Dumas (2) Almudena de Arteaga (2) Amalia Decker Marquez (1) Ana Cristina Silva (2) Andrea Vitali (1) Andy Tilley (1) Anita Notaro (1) Anna McPartlin (2) Annie Murray (2) Anthony Capella (1) Antonio Hill (1) Arthur Schnitzler (1) Arturo Perez - Reverte (1) Audrey Niffenegger (1) Ayelet Waldman (1) Boris Vian (1) Bram Stocker (1) Brian Freeman (1) Camilla Lackberg (6) Care Santos (1) Carlos Ruiz Zafón (2) Cecelia Ahern (1) Charlotte Brontë (1) Colleen McCulloug (3) Dan Brown (2) Daniel Silva (1) David Foenkinos (1) David Nicholls (1) David Safier (1) Dennis Lehane (1) Diane Setterfield (1) Donato Carrisi (2) Edith Wharton (1) Elizabeth Adler (1) Elizabeth Edmondson (1) Elizabeth Gilbert (1) Elizabeth Haynes (1) Elizabeth Hickey (1) Eloisa James (1) Eric-Emmanuel Schmitt (1) Fabio Volo (1) Florencia Bonelli (1) Franz Kafka (1) Fred Vargas (2) George Orwell (1) George R.R. Martin (1) Gustave Falubert (1) Guy de Maupassant (1) H.P.Lovecraft (1) Harlan Coben (2) Haruki Marukami (2) Henning Mankell (2) Henry James (1) Inês Pedrosa (1) Isabel Allende (3) Iza Salles (1) J.K.Rowling (1) James Thompson (2) Jamie Ford (1) Jane Austen (2) Jean Rhys (1) Jennifer Haymore (2) Jessica Bird (1) Jill Abramson (1) Jô Soares (2) John Boyne (1) John Verdon (2) Jojo Moyes (3) Jonathan Santlofer (1) José Rodrigues dos Santos (5) José Saramago (6) Joseph Conrad (1) Jude Deveraux (2) Julia Navarro (1) Julie Garwood (1) Júlio Magalhães (2) Karen Kingsburry (1) Kate Jacobs (1) kate Morton (3) Ken Follett (5) Lars Kepler (3) Leo Tolstoi (1) Lewis Carroll (1) Lisa Gardner (1) Lívia Borges (1) Lucinda Riley (2) Luís Miguel Rocha (4) Machado de Assis (1) Madeline Hunter (2) Marguerite Duras (1) Mário Vargas Losa (2) Matilde Asensi (1) Michael baron (1) Miguel Sousa Tavares (1) Mo Hayder (1) Nicholas Sparks (2) Nicky Pellegrino (1) Nicolas Barreau (2) Nora Roberts (4) Nuno Markl (1) Oscar Wilde (1) Paulo M. Morais (1) Philippa Gregory (3) R.J.Palacio (1) Ricardo Araújo Pereira (1) Ricardo Menendez Sálmon (1) Richard Zimler (1) Robert Louis Stevenson (1) Robert Wilson (1) Rosamund Lupton (2) Rosamunde Pilcher (1) Sandra Brown (2) Sandra Worth (1) Sara Rodi (1) Sarah Addison Allen (3) Slavomir Rawicz (1) Stefan Sweig (1) Stephen King (1) Stephenie Meyer (4) Steven Saylor (1) Stieg Larson (3) Susanna Kearsley (1) Susanna Tamaro (1) Tara Moss (1) Thomas Mann (1) Torey Hayden (1) Tracy Chevalier (2) Wilkie Collins (1) WM. Paul Young (1) Yann Martel (1) Yasunari Kwabata (1) Yrsa Sigurdardóttir (1)