19/02/2012

Carta de uma desconhecida - Stefan Sweig

Carta de uma desconhecidaCarta de uma desconhecida by Stefan Zweig
My rating: 5 of 5 stars






Razões da escolha do livro: Acabei o livro “ O jardim dos Segredos” de Kate Morton no último dia do mês de Janeiro e, como não ia ficar sem ler durante um dia inteiro, resolvi pegar num livrinho pequeno que conseguisse ler num dia, para iniciar uma nova leitura no mês de Fevereiro. Para além disso, a Diana (do blogue “O refúgio dos livros”) leu e teceu fortes elogios ao livro! 

Proveniência: Biblioteca da minha mãe. 

A minha Opinião: Nunca tinha lido nada de Stefan Zweig, mas o meu pai adora o escritor e as restantes opiniões sobre o livro eram fantásticas e devo dizer que, realmente, o livro é realmente muito bom.
É muito bom por diversas razões. Em primeiro lugar, a escrita envolvente, emocionante, clara do escritor é um factor chave que nos faz querer ler mais e mais porque sabe colocar os adjectivos, as ênfases, as comparações nos lugares certos da narrativa o que faz com que nos embrenhemos ainda mais na história.
Para além disso, o facto de ser uma carta e, como tal, escrita na primeira pessoa, deu-me a sensação de proximidade com a personagem que a escreve, uma mulher com um profundo desgosto por, por um lado ter perdido o filho (quando há pausas na carta ela reinicia a carta sempre com a referência a este trágico acontecimento, o que enfatiza mais a perda e a dor sentida por esta mulher) e, por outro, o facto do remetente da carta ser o grande amor da sua vida que, mesmo tendo partilhado agradáveis momentos na sua vida, nunca a “viu”, nunca a “reconheceu” verdadeiramente como ela gostaria que fosse, remetendo-a para uma indiferença dura e crua que só termina no momento em que ela lhe escreve esta carta e ai descreve tudo aquilo por que passaram.
Esta carta é, no fundo, o que acontece muitas vezes na vida real, as pessoas passam pela nossa vida, marcam-nos profundamente mas será que o mesmo acontece com o(s) outro(s)? Ou, afinal, não passam de meros momentos agradáveis que depois se esfumam no tempo?
Este é um livro profundo, sobre os sentimentos ou a falta deles, sobre o amor em todas as suas vertentes. É uma história trágica mas que nos faz pensar no verdadeiro significado da vida, da solidão e daquilo que nos rodeia, sobretudo as pessoas e como a condição humana pode, muitas vezes, ser cruel e triste.
A profundeza da escrita leva, inclusivamente, a pensar se a história não será auto-biográfica e, como tal, de certeza que voltarei a ler Stefan Sweig!!! 

O melhor: Os sentimentos descritos e aqueles que estão ocultos mas presentes ao longo de toda a carta. 

O pior: A história trágica em si. 

O Autor:
Stefan Zweig (1881-1942)
Austríaco de ascendência judaica, Stefan Zweig, é um dos mais importantes autores europeus da primeira metade do século XX.
Dedicou-se a quase todas as actividades literárias: foi poeta, ensaísta, dramaturgo, novelista, contista, historiador e biógrafo.
Entre os seus romances, merecem destaque: "Carta de uma Desconhecida", "A Novela de Xadrez", "Amok", "Vinte e Quatro Horas na Vida de uma Mulher". Escreveu várias biografias, entre elas, "Maria Antonieta", "Fouché", "Maria Stuart", "Fernão de Magalhães". Na área da história, escreveu "Momentos decisivos da Humanidade". Escreveu "Brasil, um país do futuro", que constitui não só um retrato do Brasil, como também uma interpretação do espírito brasileiro. Zweig escreveu também uma auto-biografia intitulada "O Mundo Que Eu Vi" (Die Welt von Gestern), onde relata episódios da sua vida tendo como base os contextos históricos do período em que viveu (Monarquia Austro-Húngara, Primeira e a Segunda Guerras Mundiais).
Suicidou-se no Brasil, em Petrópolis, onde veio a residir após ter residido em Inglaterra, depois de decidir-se pelo exílio voluntário da Áustria, então sob dominação alemã. 

A minha classificação: 7 – Excelente!
Período de Leitura: Dia 31 de Janeiro de 2012.

1 comentário:

Manuel António disse...

Stefan Zweig foi um dos escritores mais lidos na primeira metade do Séc. XX. Alguns dos seus livros foram adoptados ao cinema. As suas obras incluem muitas biografias, das quais destaco a de "Fernão de Magalhães". Judeu austríaco foi perseguido pelos nazis e as suas obras queimadas. A sua autobiografia "O Mundo de Ontem" é um excelente panorama da forma de viver, durante o período de 1890 a 1940. Suicidou-se no Brasil em 1944.

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